Madeleine Alves
O reino de Clarice é abismal. Agora, sete anos depois, eu consegui me encontrar nesta entrevista, como se houvesse encontrado um espelho d'água no meio daquela trilha — já não tão inóspita. Realmente, existem seres que estão antes de nós, durante nós e muito além de nós...
De tudo, acho que é preciso destacar uma parte que é a tônica do Signos Possíveis:
Júlio Lerner: Clarice, a partir de qual momento você efetivamente decidiu assumir a carreira de escritora?
Clarice Lispector: Eu nunca assumi.
JL: Por quê?
CL: Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever. Ou então com o outro, em relação ao outro. Agora eu faço questão de não ser uma profissional para manter minha liberdade.
JL: A sua produção ocorre com frequência ou você tem períodos?
CL: Tenho períodos de produzir intensamente e tenho períodos-hiatos em que a vida fica intolerável.
E neste link, o depoimento de Júlio Lerner, igualmente inspirador:
http://www.revistabula.com/503-a-ultima-entrevista-de-clarice-lispector/
2 comentários:
Mad! Você fez eu me sentir igual a Clarisse Lispector! Obrigada!
Débora, grande beijo!!! Obrigada sou eu quem diz, ao ler uma dádiva dessas \o/\o/\o/
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