Madeleine Alves
Fui feliz no dia em que o barco de Deus estava à deriva.
A água batia limpa e fria como a súbita ausência dos meus pensamentos.
O cão puxava a rede com os homens. E meu coração latia - em espanhol - compassando acordes que, de tão bons, saíram de moda.
Lá fora, o dia era cinza em brasa. E todos os elementos ululavam.
Mas eu, feita de matéria etérea, não tinha ontem, hoje ou amanhã, desejosa que estava pelo sempre.
O Sempre que a Deus pertence. Ao contrário do barco - que estava à deriva.
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