Madeleine Alves
Fui à rua buscar flores que nunca morrem.
Estava frio e fresco, fazia-se bem.
Caminhando entre subidas e descidas, relanceio o passado imediato - que não me vê! Melhor assim...
Sigo invisível e indivisível. A não ser para a criança que me puxa as vestes. Alimento-a com o que há de mais doce. Em seu olhar, há um misto de gratidão, estranheza e vergonha enquanto se afasta. Sigo...
E vez por outra, crianças me seguem. Deve ser a profecia. Vejo instrumentos musicais de madeira, potes de ouro, flores que nunca murcham. O vir-a-ser arte!
E tudo flutua porque cá dentro tudo está bem. Na mente divagatória, surge a lembrança daquele luar que mandou mensagens do passado, e eu só as li sob o Sol do futuro... Tudo no tempo da Deusa.
Não haveria quem escrevesse melhor essa história, penso. E suspiro.
E sigo.
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