Madeleine Alves
Tô cansada
de estar condenada
— como estão os sensíveis —
de esgueirar-me entre
as momentâneas vontades
e as sutis vaidades
dos donos das finais palavras
— como o são os impassíveis.
Não tô afim.
Quero, antes,
o supremo gozo dos sentidos
o êxito dos desvalidos
— aqueles a quem ninguém confia —
aos linguistas mais que aos puristas
a arte fora do tudo à risca
para que se capte o ápice da essência
que jorra de toda reticência...
2 comentários:
Poeta, toda reticência deixa implícita uma onda de vivências que se avolumam em nossa alma, molda nosso viver e, de certa forma, nos liberta da mesmice. Lindo poema.
Obrigada, Ernani, pela sua interpretação, é um continuum do poema. Realmente, cabe uma avalanche em uma reticência... Gratidao por ler meus escritos, grande beijo!
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