Madeleine Alves
Passo os dedos por sobre o pelo das horas
- sem ponteiros -
enquanto o poema se pronuncia.
Balbucio o vazio.
A casa dorme.
Eu verto versos
conformada com uma minúscula página.
Ágil,
a rima se agiganta.
Quero reprender a linguagem da vida
- sem pausas -
como quem sorve segundos
de um ribombante silêncio
e gorgeia imagens.
No instante da madrugada,
o cão dorme.
A loba cria.
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