Madeleine Alves
Pode-se pensar muitas coisas a respeito da amizade — os comerciais vivem fazendo isso o tempo todo. Há o dinheiro, há os favores, há as comodidades e as convencionices. Enfim, todos aqueles conceitos estagnados sobre o que é ser feliz.
Mas que tal voltarmos à realidade?
Estamos em um mundo com 6 bilhões de pessoas — e corremos o risco de cada um se sentir mais solitário do que o outro. A mesma tecnologia que parece nos unir e quebrar barreiras constrói muros de sedentarismo, ilusões de ótica e desilusões de solidão.
Na era das doenças psicossomáticas, parece que a lição a aprender, antes de mais nada, é a de ser — humano. Por mais que a máquina nos queira moldar a sustentarmos o sistema, as relações que temos que aprender a cultivar são as mais simples, como um beijo, um abraço, uma palavra amiga.
Parece que teremos que reaprender a amar. E o curioso é que apenas nos esquecemos de como fazê-lo — porque amar nós sabemos...
Sabemos que o sabemos por causa daqueles semelhantes que ainda sabem amar, que ainda se importam com o outrem, que ainda conservam o colo e a palavra amiga em prontidão. Estes, sim, são os bravos de nosso tempo: os que sabem o valor de uma verdadeira amizade.
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