"Pequena história destinada a explicar como é precária a estabilidade dentro da qual acreditamos existir, ou seja, que as leis poderiam ceder terreno às exceções, acasos ou improbabilidades, e aí é que eu quero ver" (Julio Cortázar)


A Produtora Signos Possíveis começou neste blog de escrita. Aqui você encontrará uma seleção de textos escritos e escolhidos por Madeleine Alves. Para saber mais sobre o trabalho da produtora, procure a gente nas redes sociais!


terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Simples Desejo

Madeleine Alves


Tô cansada

de estar condenada

— como estão os sensíveis —

de esgueirar-me entre

as momentâneas vontades

e as sutis vaidades

dos donos das finais palavras

— como o são os impassíveis.


Não tô afim.


Quero, antes,

o supremo gozo dos sentidos

o êxito dos desvalidos

— aqueles a quem ninguém confia —

aos linguistas mais que aos puristas

a arte fora do tudo à risca

para que se capte o ápice da essência

que jorra de toda reticência...

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Alquimia

Madeleine Alves


Pus minha mente no profundo do mundo

e emergi distinta de tudo.

Pílulas para prever a realidade

— e transfigurar o sonho.

Dele, nunca desisto,

florindo espinhos em Coroas de Cristo.

Transmuto caos em beleza,

fazendo do pó cosmo e estrelas.

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Alma em Livro

 Madeleine Alves


Lustres pendentes
solfejam luzes
e não ilustram
o escuro da alma
que escreve.
Folheiam o ar,
iluminam a sombra
com quem lê segredos
e códigos-serpentes
— mas nada compreende.

No cair da tarde, o que pende é o entendimento.

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Insônia

 Madeleine Alves


Causa da cama revolta
Mote de pensamentos revirados
Volteios do tempo madrugador
Consequência de aflição reinante
— e impassível frente à tela de um visor.

terça-feira, 13 de junho de 2023

Salário

Madeleine Alves

Brandamente luto
para plantar
- no cotidiano que suplanta -
uma flor nova
- de raiz forte -
que brade e me salve
no sal dos dias.

domingo, 9 de abril de 2023

Sala de Espera

 Madeleine Alves


Estes poemas presos

que trago

na mente

não mentem

quem sou.


Artista:

do nó na garganta

aos nós dos dedos

nada comum

- aflita por dividir

ARTE

por todos os poros

para todos nós.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Oblivion

 Madeleine Alves


De tudo, não temo

a distância

— posto que sentimento

é ponte indestrutível.


De tudo, não temo

o Tempo

— sempre certo,

para nós,

aprendizes errantes.


De tudo, não temo

a ausência

— o sentir

me preenche

de presença.


De tudo,

tenho só medo

d'es

        que

                cer


                        teu


                                r

                                    o

                                         s

                                            t

                                                o.