Madeleine Alves
Tô cansada
de estar condenada
— como estão os sensíveis —
de esgueirar-me entre
as momentâneas vontades
e as sutis vaidades
dos donos das finais palavras
— como o são os impassíveis.
Não tô afim.
Quero, antes,
o supremo gozo dos sentidos
o êxito dos desvalidos
— aqueles a quem ninguém confia —
aos linguistas mais que aos puristas
a arte fora do tudo à risca
para que se capte o ápice da essência
que jorra de toda reticência...